30 de dezembro de 2005

India Gestão

Blog com notícias da Índia em portugues, muito interessante. Costumes, moda indiana, problemas sociais etc... um pouco de tudo sobre a Índia.

11 de dezembro de 2005

A Terapia dos Condimentos

Todos os vegetais, em maior ou menor escala, possuem compostos especiais que desencadeiam processos bioquímicos e metabólicos no organismo humano, de grande dimensão. As plantas medicinais são as que possuem esses compostos em maior concentração, podendo ser usadas, em grande parte, de forma direta na alimentação humana e animal.

As plantas medicinais aromáticas, ou condimentares, são as que exercem maior atração para o consumo na alimentação. Basicamente, a ingestão de pequenas quantidades diárias de condimentos na alimentação desencadeia uma maior salivação e produção de ácidos digestivos estomacais.

Esses fatores acabam, por si sós, contribuindo para um bom processo digestivo, fazendo também com que os nutrientes passem de maneira mais harmônica para a circulação, o que aumenta a ativação das defesas naturais.

Outra ação positiva dos condimentos é que a maioria deles tem caráter alcalino, como é o caso do aipo, do alho-poró, da cebola, do anis-estrelado, da canela, das pimentas, do açafrão e muitos outros. No nosso organismo, há uma falta de equilíbrio freqü ente entre o ácido e o básico, com uma tendência muito constante ao ácido – devido, principalmente, ao estresse, à vida sedentá ia e à falta de descanso.

O estresse causa uma liberação de grande quantidade de adrenalina na corrente sangüínea, o que aumenta a oxigenação das células, desencadeando a produção de substâncias ácidas pelo corpo e a eliminação excessiva de vitaminas e sais minerais pela urina. Essa condição ácida deixa o organismo com uma baixa resistência às doenças, predispondo-o a infecções.
Nesse ponto, os condimentos entram como coadjuvantes no processo de equilíbrio do corpo. Além de serem fontes de vitaminas e minerais, ajudam no balanço á cido-base do metabolismo corporal.

Com fins terapêuticos, as plantas aromáticas podem ser usadas na alimentação de forma regular e em pequenas quantidades. Cada uma delas apresenta uma função muito específica, mas podem ser agrupadas de acordo com a ação em um mesmo tempero, incrementando o sabor e o aroma dos alimentos.

Alguns condimentos servem ainda para facilitar a digestão e evitar a fermentação intestinal. Em situações especiais de saúde física, os temperos também se têm mostrado muito benéficos.
Pesquisas demonstram, por exemplo, que a adição regular de canela e cúrcuma na alimentação, em pequenas quantidades diárias, pode desencadear um resultado positivo na produção de insulina no corpo, dica muito útil para os diabéticos.

Algumas plantas, porém, são contra-indicadas em algumas situações. Pessoas com câncer e Aids e mulheres gestantes e lactantes devem utilizar os condimentos de forma parcimoniosa, sempre com orientação médica. De modo geral, recomenda-se a eliminação de cebola, cebolinha, alho e alho-poró da dieta. O alho, contudo, tem-se mostrado eficaz no tratamento complementar do câncer de estômago. A cebola também mostra alguns efeitos antitumorais.

Outro caso de restrição é o de pessoas com pele acnéica e problemas de gastrite e úlcera estomacais. Pimentas e temperos fortes, nesse caso, são contra-indicados em quantidades elevadas, pois têm ação muito estimulante e aquecedora no organismo, podendo agravar o problema. A adição geral de condimentos pode até ser feita, mas sempre seguindo critérios bem específicos.

Em casos especiais, o ideal é procurar sempre um profissional capacitado que possa fornecer recomendações individuais para a utilização criteriosa e positiva dos condimentos na alimentação.

A forma como a planta condimentar é usada na dieta também irá definir seu potencial terapêutico. Quando o objetivo do consumo de ervas aromáticas é estritamente terapêutico, recomenda-se a utilização do condimento na forma fresca, pois durante a desidratação, por mais criteriosa que seja, sempre há perdas e alterações de alguns compostos existentes. Isso pode ser facilmente notado nas diferenças de aroma, sabor e cor de uma infusão feita com ervas frescas e outra feita com ervas secas.

9 de dezembro de 2005

Probióticos e Prebióticos

Na Ciência da Nutrição as novidades sobre a alimentação são contínuas. Felizmente, cada vez mais, alimentos que desempenham funções benéficas ao organismo humano são descobertos, na maioria das vezes exercendo funções como prevenção de doenças e riscos minimizados, proteção de órgãos e tecidos, manutenção das reações básicas, entre outros.

Esses alimentos são denominados “alimentos funcionais”. De acordo com a ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária - propriedade funcional é aquela relativa ao papel metabólico ou fisiológico que o nutriente ou não nutriente tem no crescimento, desenvolvimento, manutenção e outras funções normais do organismo humano. Entre esses alimentos estão os probióticos e os prebióticos.

O termo probiótico deriva do grego e significa “pró-vida”, sendo o antônimo de antibiótico, que significa “contra a vida”.
O termo probiótico foi definido inicialmente como: “organismos vivos que quando ingeridos exercem efeito benéfico no balanço da flora bacteriana intestinal do hospedeiro” e ampliado posteriormente para: “organismos vivos que quando ingeridos em determinado número exercem efeitos benéficos para a saúde”. A definição atual é a seguinte: "suplemento alimentar microbiano vivo, que afeta de forma benéfica seu receptor, através da melhoria do balanço microbiano intestinal".

Os probióticos são bactérias que produzem efeitos benéficos no hospedeiro, usados para prevenir e tratar doenças como promotores de crescimento e como imunoestimulantes.
Vários microorganismos são usados como probióticos, entre eles bactérias ácido-lácticas, bactérias não ácido lácticas e leveduras.
  • As mais conhecidas bactérias que exercem as funções no organismo são as Bifidobacterium e Lactobacillus, em especial Lactobacillus acidophillus.
    Os probióticos exercem as seguintes funções no organismo:
  • Aumentam de maneira significativa o valor nutritivo e terapêutico dos alimentos, pois ocorre um aumento dos níveis de vitaminas do complexo B e aminoácidos. Absorção acrescida de cálcio e ferro;
  • Fortalecem o sistema imunológico, através de uma maior produção de células protetoras;
  • Possuem efeito funcional benéfico no organismo, equilibrando a flora intestinal, atuando no controle do colesterol e na redução do risco de câncer;
  • Possuem uma particular importância para os indivíduos com intolerância à lactose, devido ao aumento de uma enzima que facilita a digestão da lactose.

Segundo estudos recentes, além destas funções os probióticos também auxiliam no reforço do sistema imunológico, ajudando o organismo a criar defesas contra bactérias e microorganismos indesejáveis.
Além das propriedades mencionadas, os probióticos devem ser inócuos, manter-se viáveis por longo tempo durante a estocagem e transporte, tolerar o baixo pH do suco gástrico e resistir à ação da bile e das secreções pancreática e intestinal; não transportar genes transmissores de resistência a antibióticos e possuir propriedades anti-mutagênicas e anticarcinogênicas, assim como resistir a fagos e ao oxigênio. Os probióticos normalmente têm pouco tempo de duração e, por isso mesmo, devem ser mantidos bem refrigerados. Ao serem ingeridos através dos alimentos, vão para o intestino e ali somam-se à flora já existente, sem se fixarem, equilibrando-a e, com isso, auxiliando no trabalho de absorção dos nutrientes.
Os probióticos podem ser componentes de alimentos industrializados presentes no mercado, como leites fermentados, iogurte, ou podem ser encontrados na forma de pó ou cápsulas. Os leites fermentados são o principal exemplo de fonte de probióticos. Mas é preciso manter uma espécie de ritual de ingestão diária destas substâncias para que os efeitos desejados se comprovem.


O termo prebiótico é utilizado, a diferença de probiótico, para designar ingredientes alimentares não digeríveis que beneficiam o hospedeiro por estimular seletivamente o crescimento e/ou a atividade de uma ou um número limitado de espécies bacterianas no cólon.
Os alimentos prebióticos são alguns tipos de fibras alimentares, ou seja, carboidratos não digeríveis pelo nosso corpo, possuindo desta forma uma configuração molecular que os torna resistentes à ação de enzimas.

Os prebióticos apresentam as seguintes funções:

  • Ajudam na manutenção da flora intestinal;
  • Estimulam a motilidade intestinal (trânsito intestinal);
  • Contribuem com a consistência normal das fezes, prevenindo assim a diarréia e a constipação intestinal por alterarem a microflora colônica propiciando uma microflora saudável;
  • Colaboram para que somente sejam absorvidas pelo intestino as substâncias necessárias, eliminando assim o excesso de glicose (açúcar) e colesterol, favorecendo, então a diminuição do colesterol e triglicérides totais no sangue;
  • Possui efeito bifidogênico, isto é, estimulam o crescimento das bifidobactérias. Essas bactérias suprimem a atividade de outras bactérias que são putrefativas, que podem formar substâncias tóxicas.

Exemplos de prebióticos são: frutoologosacarídeos (FOS) e a inulina. Os FOS são obtidos a partir da hidrólise da inulina. Os frutooligosacarídeos estão presentes em alimentos de origem vegetal, como cebola, alho, tomate, banana, cevada, aveia, trigo, mel e cerveja. A inulina é um polímero de glicose extraído principalmente da raiz da chicória, é encontrada também no alho, cebola, aspargos e alcachofra. A inulina extraída da chicória é produzida comercialmente e pode ser consumida por diabéticos como substituto do açúcar por conter de 1 a 2 kcal/g.


Os prebióticos e probióticos têm essas funções e o consumo destes alimentos deve ser estimulado. Os dois podem ser encontrados em alimentos e também em medicamentos. Porém, é primordial consultar um especialista para saber exatamente quais as melhores fontes destas substâncias. No entanto, é importante saber que uma vida saudável está relacionada não somente com os alimentos que são ingeridos, mas também com o estilo de vida, a hereditariedade, influência do meio ambiente e atividade física. Assim, é fundamental perceber que uma boa saúde não depende somente de alimentos funcionais e sim de vários fatores que juntos proporcionam uma vida saudável.

6 de dezembro de 2005

Vegetarianismo e Religião


Todas principais escrituras religiosas recomendam que o homem viva sem matar desnecessariamente. O Velho Testamento instrui: "Não matarás." (Exodo 20:13)
Isto tradicionalmente é interpretado de modo errôneo como referindo-se apenas a assassinato. Mas o Hebraico original é lo tirtzach, que traduz claramente: "Não deveis matar." O Dicionário Completo de Hebraico/Inglês do Dr. Reubem Alcalay diz que a palavra tirtzachm especialmente no emprego hebraico clássico, se refere a "qualquer tipo de matança", e não necessariamente a assassinato de seres humanos.

Embora o Velho Testamento contenha algumas prescrições para comer carne, fica claro que a situação ideal é o vegetarianismo. Em Gênesis 1:29 encontramos o próprio Deus proclamando: "Vede, Eu vos dei toda árvore que dá ervas, e que os frutos dão sementes, e que vos serão como carne." E em livros posteriores da Bíblia, grandes profetas condenam comer carne.

Para muitos cristãos, obstáculos maiores são a crença que o Cristo comia carne e as muitas referências à carne no Novo Testamento. Mas o estudo minucioso dos manuscritos originais gregos demonstra que a vasta maioria das palavras traduzidas como "carne" são trophe, brome e outras palavras que simplesmente significam "alimento" ou "comer" no significado mais amplo.
Por exemplo, no Evangelho de São Lucas 8.55 lemos que Jesus ergueu dos mortos uma mulher e "ordenou que lhe dessem carne". A palavra grega original traduzida como "carne" é phago, “o que significa somente comer”. A palavra grega para carne é kreas (carne), e nunca é usada em conexão com Cristo. Em nenhum lugar do Novo Testamento existe qualquer referência direta a Jesus comer carne.

Em Thus Spake Mohammed (a tradução do Hadith por Dr. M. Hafiz Syed), os discípulos do profeta Maomé lhe perguntam: "Na verdade existem recompensas por fazermos o bem aos quadrúpedes, e dar água para eles beberem?" Maomé responde: "Há recompensas para beneficiar cada animal”.

O Senhor Buda é particularmente conhecido por Sua pregação contra matança de animais. Ele estabeleceu ahimsa (não-violência) e vegetarianismo como passos fundamentais na senda da auto-consciência e falou as duas seguintes máximas: "Não abatam o boi que ara os campos." e "Não se entreguem a uma voracidade que envolve a matança de animais."

As Escrituras Védicas da India, que antecedem o budismo, também frisam a não-violência como fundamento ético do vegetarianismo. "A carne nunca pode ser obtida sem lesar criaturas vivas", declara o Manu-samhita, o antigo código de leis indiano. "Que portanto se evite o uso da carne".
Em outra seção, o Manu-samhita adverte: "Tendo considerado bem a repugnante origem da carne e a crueldade de prender e matar seres corpóreos, que se abstenham de comer carne." No Mahabharata (o poema épico que contém 100.000 versos e é dito ser o mais longo poema no mundo), há muitas injunções contra matar animais.
Alguns exemplos: "Aquele que deseja aumentar a carne de seu próprio corpo comendo a carne de outras criaturas vive na miséria em qualquer espécie em que vá tomar seu nascimento"; "Quem pode ser mais cruel e egoísta que aquele que aumenta sua carne comendo a carne de animais inocentes?" e "Aqueles que desejam possuir boa memória, beleza, vida longa e saúde perfeita, e força física, moral e espiritual, devem abster-se de alimento animal."