Neste artigo:
- Introdução
- Possíveis Causas da constipação?
- Como é feito o tratamento?
- Como prevenir a constipação intestinal?
“O hábito intestinal varia entre as pessoas, dependendo de vários fatores e dificultando a definição do que é considerado normal. O número e a freqüência das evacuações dependem de vários fatores, como a alimentação, a ingestão de líquidos, bem como, características específicas dos indivíduos. De qualquer forma, considera-se “normal” a ocorrência de duas evacuações por dia, mas isso não é uma regra fixa".
Os movimentos dos intestinos são de extrema importância na impulsão do bolo fecal, favorecendo a eliminação das fezes. A freqüência desses movimentos depende do conteúdo dos intestinos, em relação à presença de água, restos de alimentos e outros componentes.
A constipação intestinal ("prisão de ventre") é uma das queixas mais freqüentes. Poderíamos defini-la de maneira bem simples, como a evacuação em freqüência inferior a três vezes por semana. No entanto, algumas pessoas com constipação apresentam freqüência de evacuações normal, mas relatam dificuldade para evacuar (sendo necessário esforço excessivo), fezes endurecidas, sensação de evacuação incompleta. Vemos, assim, que o hábito intestinal de cada pessoa deve ser analisado como um todo e não apenas com relação à freqüência de evacuações.
A constipação intestinal pode ser classificada como aguda (início recente, abrupto) ou crônica (progressiva que existe há muito tempo).
1. A causa mais comum de constipação crônica é a baixa ingestão de fibras. Esses componentes alimentares são encontrados principalmente em frutas, verduras e grãos. As fibras não são digeridas em nosso organismo e podem ser divididas em dois grupos: solúveis e insolúveis. As fibras solúveis formam uma espécie de gel no intestino e as insolúveis passam intactas. O efeito delas é aumentar o volume das fezes e reter líquido nas mesmas, fazendo com que elas fiquem mais pastosas e fáceis de eliminar.
2. Outro fator importante no desenvolvimento da constipação crônica é a baixa ingestão de líquidos. Eles hidratam as fezes e facilitam sua eliminação. Recomenda-se a ingestão de aproximadamente
3. Outro componente que contribui para a constipação é o sedentarismo. Fato observado especialmente nos pacientes acamados, após cirurgias, etc.
4. Uma condição fisiológica que está associada à constipação é a gravidez. Nessa fase, o organismo da mulher produz substâncias que fazem com que o intestino mova-se mais devagar. Outro fator que contribui é a compressão do intestino pelo útero aumentado.
5. Uma causa social é quando o indivíduo, por motivos sociais ou de higiene, ignora o desejo de evacuar, retendo as fezes. É bastante comum encontrarmos pessoas que só conseguem evacuar
6. Existem medicamentos que têm efeito constipante, devendo-se ficar atento ao seu uso. São eles:
• Analgésicos potentes (morfina e derivados);
• Suplementos de ferro, usados para tratar anemia;
• Alguns medicamentos para tratamento da hipertensão, como nifedipina, verapamil, diltiazen, e diuréticos;
• Alguns antiácidos;
• Uso inadequado de hormônio da tireóide;
• Medicamentos para tratamento da Doença de Parkinson;
• Antidepressivos, como a amitriptilina, nortriptilina, imipramina;
• Medicamentos para tratamento de epilepsia (convulsões);
• Laxantes: embora sejam usados para tratar a constipação, o uso contínuo "vicia" o intestino e prejudica sua movimentação, levando à necessidade de quantidade cada vez maior de medicamento, até que o mesmo não mais faz efeito e contribui para o desenvolvimento de constipação. Por isso, esses remédios não devem ser usados indiscriminadamente e sem orientação adequada!
7. São várias as doenças que podem causar constipação. Aquelas que alteram a movimentação intestinal:
• Metabólicas: diabetes, hipotireoidismo (redução de hormônio da tireóide), intoxicação com metais pesados;
• Neurológicas: doença de Parkinson, lesão de medula espinhal, esclerose múltipla, acidente vascular encefálico ("derrame");
• Síndrome do intestino irritável;
• Depressão;
• Doença cardíaca.
Algumas doenças levam a obstrução do intestino, podendo ser causas de constipação aguda/subaguda:
• Câncer de cólon (intestino grosso);
• Compressão do intestino por alguma estrutura ou tumor fora dele;
• Estreitamento da luz do intestino;
• Doença de Chagas (na verdade causa uma pseudo-obstrução, não é uma obstrução de verdade).
Existem algumas doenças patológicas que levam ao desenvolvimento de constipação intestinal como fissuras anais e doença hemorroidária.
Diante da queixa de constipação, deve realizar uma entrevista bem detalhada. Pesquisa sobre os hábitos alimentares da pessoa, a ingestão de líquidos e medicamentos, além de detalhar o hábito intestinal antes e depois do desenvolvimento da constipação. É de extrema importância que se pergunte sobre o aspecto das fezes, se são endurecidas, se saem em "bolinhas", se vêm acompanhadas de sangue e/ou pus, se há dor durante a evacuação, e outras questões específicas. Investigam-se também a existência de doenças prévias e na família, principalmente problemas intestinais.
Descartada doença grave ou que necessite de tratamento específico ou cirúrgico, recomenda-se reeducação alimentar. Ele deve priorizar mudanças na dieta e estilo de vida, e não o uso de laxantes, edemas e supositórios.
O ponto crucial para o tratamento da maioria dos pacientes com constipação intestinal crônica é corrigir os vícios alimentares. Isso envolve o aumento da ingestão de fibras e de líquidos e redução do consumo de agentes constipantes, como café, chá e álcool.
Com relação às fibras, preferimos que o indivíduo aumente a ingestão de fontes naturais, como frutas, verduras, cereais, que são naturalmente superiores às fibras purificadas e vendidas.
Recomenda-se que o cliente realize atividades físicas regularmente. Isso ajudará não apenas no tratamento da constipação, mas também levará a um benefício em outros campos da saúde.
Em muitos casos, mudanças alimentares e de comportamento não atingem efeito satisfatório porque implicam em mudanças de hábitos já estabelecidos, aos quais o cliente freqüentemente retorna após a normalização do hábito intestinal, retornando o problema.
Como prevenir a constipação intestinal?
• Alimente-se em horários regulares;
• Mastigue bem os alimentos;
• Prefira refeições mais variadas, ricas em frutas, verduras e cereais;
• Reduza a quantidade de gordura ingerida;
• Evite bebidas alcoólicas, chocolate, café,
• Reduza a duas vezes por semana à ingestão de alimentos que levem a produção excessiva de gases, como: repolho, feijão, batata doce;
• Beba bastante líquido, mais ou menos
• Tente determinar um horário específico para evacuação;
• Obedeça, sempre que possível, à vontade de evacuar;
• Evitar distrações durante a evacuação, como ler revistas, jornais, falar ao telefone...
• Pratique exercícios regularmente;
• Não utilize laxantes por conta própria. Se você não consegue evacuar sem o uso desses medicamentos, procure orientação profissional, o uso de laxantes pode causar a dependência do organismo a este produto
Krśna Prem
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